Vale do Pontar entrevista “TheBoemio” – Top 8 GPC 2017

 

 

Vale do Pontar irá postar uma série de entrevistas com os 8 jogadores classificados para as finais da Gwent Pro Cup na BGS! Com 2 entrevistas por dia até a chegada do Sábado, quando começa a GPC, damos início a esta série de entrevistas com o TheBoemio!

Obrigado por nos conceder seu tempo esta entrevista, Boemio!

VP: Conte-nos sobre seu trabalho, estudo, e o quais são seus hobbies, tirando jogar Gwent?

B: Atualmente eu estou na metade de uma faculdade de Psicologia. Meus hobbies consistem em hábitos “nerds” comuns: ler livros, rpgs (tanto de mesa quanto de computador) e praticar esportes (ou ao menos tentar).

VP: Jogava outros cardgames antes (ou ainda joga), e quais são as diferenças desses para o Gwent?

B: Ah sim, joguei magic por mais de cinco anos e já competi em diversos formatos do cardgame. Também tive uma breve e infeliz experiência com o Hearthstone, mas sinceramente o RNG do jogo não me agradou nem um pouco. No geral é difícil correlacionar outros cardgames com o Gwent devido a suas regras muito únicas. Apesar disso, jogadores experientes na área provavelmente se sentirão aptos a aprender o jogo rápido, pois já entendem os princípios de transformar recursos em valor e, valor em recursos e valor em progresso para a vitória – que são os pilares de um bom joguinho de cartas.

VP: Como é conciliar a vida pessoal com sua dedicação ao cenário competitivo de Gwent?

B: Sinceramente estava bem fácil conciliar minha vida com o jogo até eu ser classificado para jogar na BGS: Jogava nas horas vagas e me divertia bastante, mas agora com a pressão do grande prêmio acabo me sentindo um pouco ansioso. Acho que no fundo isso vai me ajudar. Por sorte considero muitos dos meus oponentes muito bons e não me sentirei envergonhado de perder para nenhum deles (e meu mérito será bem grande se eu vencer kkkkk).

VP: TeamFiu ficou conhecido depois das qualificatorias para a GPC, eles estão te ajudando a se preparar para as qualificatórias?

B: O Team FIU (A.K.A. Fariseus) esteve sempre do meu lado e graças a eles aprendi muito do jogo, todos eles são amigos de longa data e é ótimo estar envolvido em uma competição desse porte e não me sentir sozinho. Tenho certeza que graças ao treinamento secreto do FIU teremos uma chance extremamente sólida contra qualquer outro time do Brasil.

VP: Quais são as dicas que você deixa para o pessoal que está querendo entrar no cenário competitivo?

B: Se quer jogar competitivamente esse jogo você precisa entender seus princípios. A melhor dica que posso dar para qualquer pessoa é começar a aprender pelo Endgame (estratégia ensinada pelo lendário Josh Waitzkin nas minhas épocas de jogador de xadrez) – Isso significa que o foco do seu deck deve ser finalizar o jogo do modo mais eficiente possível. Gwent é muito menos sobre números do que parece, Gwent é sobre números colocados no lugar certo e na hora certa. Cada carta tem uma janela de ação: um intervalo do jogo ou dos rounds onde ela atinge eficiência máxima, se quer jogar o jogo bem você deve aprender a identificar esses intervalos e a todo tempo tentar maximizar a eficiência das suas unidades e anular a eficiência das do oponente gastando o mínimo de recursos possíveis. Combos são poderosos nesse jogo, mas de nada eles adiantam se gerarem valor em um round que você não quer ganhar.

 A segunda melhor dica é: se desprenda de preconceitos idiotas. Nesse cardgame pouquíssimas cartas são realmente ruins e muitas combinações estranhas podem resultar em builds muito poderosas, você deve tomar seu tempo para testar novas mecânicas e investir em cartas pouco usadas lá uma vez ou outra. Você pode se surpreender se sair um pouco da caixa e netdeckar menos (não se engane, olhar as listas dos profissionais é importante, só tente não abandonar sua criatividade para se tornar uma mera mímica dos deckbuilders gringos, pois isso não vai te levar muito longe).
A terceira dica é aprender a jogar contra adversários mais fortes e adversários mais fracos. Gwent é um jogo onde rapidamente é possível perceber a proficiência do seu oponente, se ele for melhor ou mais experiente que você, prepare-se para ser criativo: jogadores muito experientes acabam achando que o jogo vai seguir uma fórmula pronta, essa é a zona de conforto deles, você precisa arrancá-los dali e leva-los para um lamaçal de loucura, precisa encontrar um plano de jogo para o turno 3 antes mesmo de baixar a sua primeira carta no turno 1, deve imaginar claramente a vitória e o cenário em que ela irá acontecer logo que a partida comece. Quando enfrentar jogadores mais fracos, mantenha-se firme no plano, ganhe deles pela sua técnica e conhecimento de jogo – esses jogadores normalmente são os jogadores mimica que eu citei acima, para vencê-los você não precisa ter ideias mirabolantes, baixe carta por carta firme sobre o tabuleiro e deixe que eles tropeçarão em seus próprios pés (e se você realmente souber finalizar o jogo, será capaz de transformar esse tropeço em um abismo). No mais, recomendo paciência, o jogo é bem complicado.
VP: Qual sua previsão quanto o desenvolvimento do cenário competitivo de Gwent, tanto no Brasil quanto lá fora?
B: Não sou muito bom com previsões, mas Gwent é um jogo sólido de uma franquia simplesmente fantástica. Muitas das decisões da CDPR se provaram ser excelentes em longo prazo e por incrível que pareça é bem raro ver uma companhia que sabe o que está fazendo. Além do mais, os melhores jogadores de Gwent do Brasil não são pro players famosos previamente e eu acho maravilhoso esse feeling de ver novos rostos e novos nomes, é revigorante e traz esperança para os jogadores de fim de semana algum dia segurarem um troféu. Tenho certeza que até o final do ano muitos talentos serão descobertos e quando eles aparecerem o jogo florescerá de um modo incrível! Até lá, desejo boa sorte a todos.
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