A despedida dos Flintstones nos quadrinhos | Crítica

Os Flintstones, a “família da idade da pedra” possui diversos fãs ao redor do mundo e sua recente repaginada em forma de quadrinho, feita pela DC Comics e trazida pela Panini aqui no Brasil foi muito bem-vinda.

O primeiro Volume de os Flintstones traz uma abordagem mais madura e reflexiva da série de uma forma muito simples porém bastante profunda, e esse segundo volume, que reúne os capítulos 7 ao 12 publicados originalmente na versão americana, faz juz ao primeiro e traz histórias tão boas quanto seu antecessor, todavia com algumas ressalvas. 

O primeiro capítulos dessa graphic novel é recheado de temas bastante pertinentes para discussões, como a exploração no trabalho, demissões em massa, a teimosia do ser humano, a percepção de moda das pessoas, a fé e como utilizam esta para fins econômicos e o questionamento do papel do homem em um lar. Porém no primeiro capítulo todos os assuntos citados anteriormente são abordados e é aí que falta tempo para o desenvolvimento desses assuntos e as diversas subtramas apresentadas. O jeito simplista que os temas são abordados é muito interessante porém sua conclusão fica vaga devido à quantidade de temas.

No segundo capítulo, somos brindados com o passado de Wilma Flintstone: Esta conta que fugiu de casa quando jovem para evitar um casamento arranjado e pensava que estava brigada com sua mãe, até visitá-la e descobrir que a sua mágoa era infundada pelos seus pensamentos precipitados de sua mente. Temos aqui também o brilhante questionamento sobre ciência e a fé. Qual destes tem a razão? Os dois tem seu valor ou não? O contrates de Fred tendo que cuidar da casa sem sua esposa Wilma e pedindo ajuda para sua filha Pedrita levanta a discussão sexista de que muitos homens tem essa ideia de que a mulher é quem cuida da casa e ponto. Mesmo na Idade da Pedra isso é aceitável?

Betty e Wilma
Betty Rubble na esquerda, amiga da família Flintstone e esposa de Barney, e na direita Wilma Flintstone na direita

As outras histórias tem um desenrolar bem satisfatório, mostrando como governantes tiram verbas da saúde, por exemplo, para aplicar em guerras e como a população reage negativamente à isso.

Onde a luxúria pode nos levar? O Senhor Pedregulho aprende da pior forma possível que se você valoriza demais seus bens e atrai pessoas por isso, essas pessoas atraídas vão te deixar logo que encontrar outro que tenha mais bens que você.

Quando é apresentado toda a operação feita para resgatar o “Bola de Boliche”, um daqueles animais usados como simples objetos, é que vemos a grandeza da simplicidade: Os “Animais eletrodomésticos” organizam uma fuga para trazer seu amigo de volta e do plano até a execução deste é sensacional. Os animais também tem sentimentos e não são meramente objetos!

A vizinhança, seja de Bedrock, a cidade dos Flinstones, até a vizinhança do “universo”, pode ser um problema. A dinâmica que é retratado Gazoo protegendo os terráqueos para deixar eles se desenvolverem por conta própria sem a interferência de extra terrestres é brilhante.

Dentro da amizade é válido manter mentiras ou não? A dinâmica de Fred e a estátua ganha por Fred de Barney Rubble, seu melhot amigo, mostra que ser sincero é o melhor negócio mas as vezes perceber isso leva tempo (e diversas confusões).

Gazoo Flintstones

Alienígenas, ciência, religião, sentimentos familiares e muito mais é encontrado aqui nessa brilhante hq. Apesar de pecar por excesso no começo, possui a essência dos Flintstones desenhada por Mark Hussell e roteirizada por Steve Pugh. O desenho é um pouco menos caprichado que seu primeiro volume, e o roteiro às vezes peca por excesso, entretanto não é nada que comprometa a qualidade inegável dessa hq.

Vale muito à pena a leitura se você gosta dos clássicos na versão repaginada ou mesmo se é passageiro de primeira viagem e quer conhecer a famosa família da Idade da Pedra recheada de ótimas histórias.

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