Vale do Pontar entrevista “Pride”!

Vale do Pontar traz uma entrevista com um dos jogadores de Gwent mais icônicos e consistentes do Brasil: Pride! Confira esse bate-papo muito legal que tivemos com ele:

VP: Pride, obrigado por ceder esta entrevista ao Vale do Pontar! Primeiramente parabéns por ser o brasileiro com maior constância em campeonatos!

Pride: Obrigado Temerian, é um prazer responder essas perguntas, obrigado pela oportunidade.

VP: Desde quando você joga Gwent? Jogava algum cardgame antes ou não?

Pride: Jogo Gwent desde fevereiro. Baixei o jogo em janeiro, mas só comecei a jogar depois da segunda metade de fevereiro mesmo. Nunca joguei outros card games, mas já joguei outros jogos profissionalmente (dota2 e hon). Passei por algumas grandes equipes (CNB/Pain) e já tive participação em alguns campeonatos grandes (DreamHack na Suécia, por exemplo).

VP: Você é um dos melhores brasileiros na Pro Ladder. Como está sendo sua rotina de jogos da Pro Ladder? Na última Pro Ladder você deu uma arrancada no final para chegar no Top 200. Foi planejado ou foi de última hora?

Pride: A minha rotina no início dessa Pro Ladder está parecida com a da Season passada, onde no início eu experimento alguns decks e fico pensando sobre o meta para preparar para campeonatos, mas sem jogar muito.
Essa arrancada na Season passada foi planejada, eu ainda não tinha completado a quantidade mínima com cada facção para ativar 100% do MMR. Eu estava acompanhando a colocação do pessoal do top 200 durante toda a Season para tentar estimar quantos jogos eu iria ter que jogar nas últimas semanas. Fui pego de surpresa pelo patch no meio da Season, pois foi justamente quando eu estava dando um gás de NR, e isso me surpreendeu um pouco, mas nada que não desse para contornar.
Antes da Pro Ladder sair, eu era mais competitivo na Ladder.Tentava competir realmente pelo topo (tipo top 10 pelo menos), mas depois que a Pro Ladder saiu eu meio que desanimei. Isso porque é necessáriojogar MUITAS partidas para buscar um resultado expressivo (na minha opinião, top 10 em duas seasons consecutivas, pelo menos).
Nas últimas semanas dessa Pro Ladder, é possível que eu faça a mesma coisa da Season passada (a não ser que algo da minha vida pessoal não permita isso). Vamos ver se vai dar certo.

VP: Você quase se classificou para as qualificatórias do GwentSlam #3 e a última qualificatória do Challenger. Como foi chegar tão longe nestes campeonatos? E Como é sua preparação para estes torneio de altíssimo nível, você usa algum cronograma ou plano de metas?

Pride: Ao mesmo tempo que é gratificante, é bastante frustrante. Em todos esses campeonatos, eu fiquei apenas à algumas partidas de me classificar para a etapa presencial. Desde Abril isso vem acontecendo, quando perdi nas quartas de finais na classificatória do Gwent Challenger passado.
É gratificante pois eu penso que tenho que estar fazendo algo certo para alcançar bons resultados consistentemente, mas por outro lado, é frustrante pois eu ainda não alcancei nada do que eu almejava. Os resultados não são bons o suficiente,e ninguém lembra de quem não ganha campeonato (ou pelo menos chega na final).
A minha preparação para o GwentSlam foi através da ProLadder mesmo. Estava basicamente preocupado em me sentir confortável com os decks que eu ia levar. Além disso, eu escolhi decks que seriam bons contra consume, pois o swim tinha feito uma lista de consume alguns dias antes e eu imaginei que ela seria popular. Acabou dando relativamente certo, e eu acho que fui eliminado por missplay minha, poderia ter me preparado melhor.
A preparação para o GwentChallenger já é algo que eu levo bem mais a sério, pois é um campeonatoque torna viável que o cara se transformede fato em um pro player.
Isso porque a exposição dos jogadores no Challenger é muito maior, e envolve Crown Points e tudo mais. Eu treino com o meu time para testar algumas matchups que eu não me sinto confortável e nós testamos alguns decks novos.
Um exemplo de partida que eu posso pedir para treinar, é: Quero jogar de Spell ST, contra spy NG, onde o oponente vai ter Peter, e eu vou ter que jogar primeiro (perder o coinflip). Isto me ajuda a preparar melhor para situações adversas.
Durante essa preparação foi interessante que o vaysh sugeriu o deck de Radovid do Raikou, nós testamos ele na Pro Ladder e os resultados foram muito bons, levei ele para o campeonato e ele realmente se saiu bem. Foi algo de última hora que deu certo, mas isso é incomum.
De maneira geral, a ideia é praticar contra oponentes que são bons jogadores até que eu me sinta confortável com os meus decks, independentemente da situação.
Acho que eu me preparei bem para a esse campeonato, e na minha derrota, realmente acho que não foi falta de preparação ou missplay. Inclusive o próprio adversário comentou da sorte dele (e do meu azar). Eu normalmente sempre me culpo muito pelas minhas derrotas, então esse caso foi realmente um caso à parte. Eu tenho todos os jogos do dia 2 gravados, se a galera quiser eu faço um vídeo comentando os jogos do dia 2 (da minha perspectiva).

VP: Você representou o Brasil no primeiro campeonato do Gwentlemen, o The Gwentlemen Invitational. O que mudou de lá pra cá no cenário competitivo de Gwent e você como jogador?

Pride: Acho que o cenário vem se tornando cada vez mais competitivo, e o nível do jogo como um todo vem aumentando.
Eu como player amadureci um pouco e hoje em dia tenho menos expectativas, eu ainda amo o jogo, mas acho que para ingressar no competitivo a nível mundial, com o formato do Gwent Masters, e morando no Brasil, é necessário ingressar pela Pro Ladder. Como eu não tenho tempo para competir pelo topo da Pro Ladder, acabo ficando um pouco desmotivado, mas ainda acho um jogo muito divertido. Diria que sou um player muito menos ambicioso do que alguns meses atrás.

VP: Você faz parte do grupo GwentCity. Conte para o pessoal o que é o GwentCity e a sua contribuição para o pessoal de lá.

Pride: O GwentCity é um time que se divide em basicamente dois grupos: IdealistGwent (competitivo) e GwentCity (criador de conteúdo). A ideia do time é criar conteúdo para a comunidade através do GC, e criar um time extremamente forte através do Idealist. As vezes o Idealist presta “suporte” ao GwentCity, através da criação de conteúdo competitivo.
Todos os jogadores do Idealist, sem excessão, ou já ganharam campeonatos ou então chegaram longe em campeonatos expressivos. É muito legal fazer parte do time pois eles contribuem para o meu crescimento no jogo e vice-versa. Nós treinamos, criamos decks e discutimos o jogo para alcançar melhores resultados. Existe uma amizade grande dentro do time, e hoje em dia a minha participação é quase que exclusiva na parte competitiva.

VP: E o que você acha que o cenário competitivo lá fora tem que o Brasil ainda não possui, em relação à estrutura e à classificação de jogadores para os campeonatos presenciais da CDPR, por exemplo, e qual o caminho para o Brasil chegar lá?

Pride: Bom, eu acho que o que está faltando por aqui talvez sejam eventos que envolvam Crown Points. Mas isso é difícil acontecer, devido a regra do Gwent Masters: A premiação mínima de um campeonato, para ele tentar ser licenciados como parte do circuito do Gwent Master é de 10.000,00 dólares. A BGS, que já foi um campeonato gigante aqui no Brasil, não chegou a isso tudo de premiação.
No momento, eu acho que os players Europeus estão em vantagem em relação aos outros continentes, devido ao GwentSlam. A gente viu que o FreddyBabes, por exemplo, se classificou para o Gwent Open pois ganhou o GwentSlam. Com essa oportunidade, ele foi lá e ganhou o Gwent Open, e agora vai participar do GwentChallenger. O Freddy é um excelente jogador, sem dúvidas um dos melhores do mundo, mas o meu ponto é o seguinte: Ele só teve esta oportunidade pois ele tem oportunidade de participar no GwentSlam. Nós precisamos dessas oportunidades.
Se um brasileiro ganhar a classificatória do GwentSlam, ainda ficaria muito difícil para ele participar, pois ele tem que arcar com todos os custos da viagem até a Áustria. Acho que incentivos nesse sentido é o que falta para os brasileiros representarem nosso país pelo mundo.

VP: Você e outros brasileiros foram convidados para o Evento “Team Aretuza x Team Brazil”, como está sendo a preparação? E qual a importância de campeonatos amadores em geral, não apenas os que exigem convite.

Pride: Nós temos um grupo no Discord onde nós estamos discutindo algumas coisas sobre as partidas e sobre o que nossos oponentes devem trazer para o campeonato, mas nada muito especial.
Quando possível, nós também devemos jogar ajudando uns aos outros (com a tela compartilhada), visto que é um campeonato em time. É sempre legal jogar em time com novos jogadores.
Campeonatos amadores, na minha opinião, são de extrema importância para o crescimento do jogo. Eles criam um ambiente perfeito para quem quer treinar para os campeonatos maiores. Jogar campeonato é MUITO diferente de jogar Pro Ladder, então esse tipo de preparação é essencial.

VP: Como é conciliar a vida pessoal com a vida de pro player em Gwent?

Pride: É complicado, as vezes falta tempo. É necessário planejamento para poder tentar conciliar os dois sem deixar faltar nenhum dos lados.

VP: Fale para nós o que gosta de fazer além de jogar Gwent. Seus hobbies, paixões, seus momentos de tranquilidade.

Pride: Eu adoro viajar, assistir séries (Vikings!!), sair para comer e tomar umas de leve. Também adoro jogar outros jogos (principalmente survival games medievais, tipo Reignof Kings, Life is Feudal, etc) mas ultimamente não tenho tido tempo nem para o Gwent direito, quanto mais para esses jogos.

VP: Qual sua previsão em relação ao cenário competitivo de Gwent? E onde você pretende chegar no jogo?

Pride: Acho que o jogo vai crescer, não vai chegar a ser tão grande quanto Hearthstone, mas vai ser grande.
Essa é minha previsão hoje, mas ano que está previsto sair Artifact (card game de dota 2) e isso pode mudar tudo. A Valve é soberana em criar jogos competitivos (Vide CS e Dota 2), então caso Artifact seja a entrada deles no competitivo de CCG, não sei o que esperar.
As minhas pretensões como player, até há algum tempo atrás, era realmente estar entre os melhores do mundo e era o que eu estava buscando.
Hoje em dia, como eu vejo que não vou ter tempo para lutar pelo topo da Pro Ladder, que é a maneira mais segura de ingressar nos campeonatos de expressão, as minhas expectativas mudaram. Simplesmente espero obter bons resultados dentro da minha realidade.

VP: Para terminar, deixe um recado para o pessoal que quer entrar ou está iniciando o cenário competitivo!

Pride: A minha dica para quem quer ingressar no competitivo seria focar 100% no seu próprio jogo (ver o que você pode melhorar) e tentar participar de bastante campeonatos. Joguem sem medo e sem se importar com resultado, o que importa é seu progresso pessoal, os resultados melhoram com o tempo.”

  • Torneio: Primeira qualificatória do Gwent Challenger.Resultado: Classficação para o segundo dia e parou nas quartas de final. Resultado: Top 8.
  • Toreio: GoodGaming Gwent Open Cup #6. Resultado: 1° Lugar.
  • Torneio: GwentMania South American Special. Resultado: 1° Lugar.
  • Torneio: GwentSlam #3, Qualificatória 2: Resultado: Top 8.
  • Torneio: Gwent Challenger #2, Qualificatória. Resultado: Classficação para o segundo dia e terminou no Top 6.
  • Ficou a uma vitória de se classificar para o primeiro campeonato de Gwent na Gamescon (Gwent Open #1). Perdeu para o duofanel quando estava em 8° (O top 7 se classificaria).
Autor(a): Pedro Voltera
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