The Witcher Netflix: entre monstros e polêmicas — uma retrospectiva antes da 4ª temporada

A quarta temporada de The Witcher estreia nesta quinta (30) na Netflix e promete inaugurar uma nova fase para a série. No entanto, o retorno também carrega o peso de anos de controvérsias, trocas de elenco e críticas de fãs.


Antes de mergulharmos nessa nova era do Continente, vale revisitar a jornada que levou Geralt, Yennefer e Ciri até aqui — e entender por que The Witcher se tornou um dos títulos mais comentados (e divididos) do catálogo da Netflix. (Continua depois da imagem)

Liam Hemsworth assume o papel de Geralt de Rivia na quarta temporada de The Witcher, série da Netflix marcada por mudanças e polêmicas.
Liam Hemsworth estreia como Geralt na quarta temporada de The Witcher, que chega cercada por expectativas e controvérsias.

A trajetória de uma saga ambiciosa

Quando The Witcher estreou em 2019, a promessa era ousada: adaptar a complexa mitologia criada por Andrzej Sapkowski e combinar a fantasia sombria dos livros com a popularidade dos jogos da CD Projekt Red.

A primeira temporada conquistou o público com sua mistura de ação, intriga política e monstros dignos de pesadelos. Apesar da linha temporal confusa, o carisma de Henry Cavill como Geralt of Rivia garantiu o sucesso inicial.

Com o tempo, a série ampliou seu universo. A segunda temporada, lançada em 2021, mergulhou no treinamento de Ciri em Kaer Morhen e explorou o passado de Yennefer.

Já a terceira — marcada como a despedida de Cavill — dividiu opiniões: alguns elogiaram as cenas de ação e o visual, enquanto outros criticaram o roteiro fragmentado e o distanciamento em relação aos livros.

Agora, com a chegada da 4ª temporada, Liam Hemsworth assume o papel de Geralt e inaugura o que a própria Netflix chama de uma “nova era” para a série.

As polêmicas que cercam The Witcher

A saída de Henry Cavill

Nenhum momento gerou tanta comoção quanto o anúncio da saída de Henry Cavill.
O ator, que sempre demonstrou profundo respeito pela obra de Sapkowski, se consolidou como o verdadeiro guardião do espírito de The Witcher.

Sua substituição por Liam Hemsworth causou uma forte reação negativa — com hashtags como #NoCavillNoWitcher — e até pedidos de boicote à produção. Hemsworth, por sua vez, declarou ter se afastado das redes sociais para evitar o “barulho” da transição.

Distância dos livros

Outro ponto de tensão constante é o afastamento da série em relação ao material original de Sapkowski.
Muitos fãs apontam que o tom sombrio e filosófico dos livros deu lugar a um enredo mais “americanizado”, com simplificações narrativas e diálogos rasos.

Segundo alguns produtores, as mudanças buscavam atingir um público mais amplo, mas essa justificativa apenas aumentou a insatisfação dos leitores.

Críticas ao roteiro e à produção

A terceira temporada recebeu as piores avaliações até agora, segundo o público da Netflix.

Entre as principais reclamações estão o roteiro confuso, o excesso de personagens e uma trama política que, em vez de unir o universo, acabou fragmentando a narrativa.

Além disso, muitos espectadores notaram uma queda na qualidade do CGI e na direção, o que reduziu parte do brilho visual das primeiras temporadas.

Erros de marketing

Até mesmo o marketing da série gerou polêmica. Campanhas promocionais consideradas “insensíveis” ou fora de tom repercutiram mal nas redes — especialmente entre os fãs brasileiros, que criticaram o humor artificial e a falta de cuidado cultural nas ações da Netflix.

Entre ruínas e renascimento: o que esperar da 4ª temporada

Com a estreia da nova temporada, The Witcher enfrenta um desafio duplo: reconquistar a confiança dos fãs e redefinir sua identidade.

O enredo começa com o trio principal — Geralt, Yennefer e Ciri — separado em meio a uma guerra que ameaça consumir todo o Continente.

Visualmente, a série promete melhorias significativas e um tom mais sombrio, enquanto Hemsworth apresenta uma versão diferente, talvez mais contida, do Lobo Branco.

Ainda assim, o verdadeiro teste será equilibrar espetáculo e substância — algo que as temporadas anteriores perderam pelo caminho.

Resta saber se essa nova fase marcará o renascimento da saga ou apenas o último fôlego de uma adaptação que se desviou do próprio destino.

Conclusão — um ponto de inflexão

De sucesso global a alvo de memes, The Witcher percorreu um caminho turbulento, digno de uma de suas próprias batalhas.

Entre o amor dos fãs pelos livros e a tentativa da Netflix de manter uma franquia competitiva, a série se transformou em um espelho das tensões entre fidelidade artística e apelo comercial.

Com a chegada da 4ª temporada, a pergunta inevitável é direta: A série ainda pode ser salva ou o feitiço já se quebrou?

Author Mateus Tomas
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