THE WITCHER FANFIC | O Raio e o Tempo – Parte 4 (Final), por Lucas Covezzi

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A Fanfic de The Witcher feita Lucas Covezzi chega no seu último capítulo! A fanfic, O Raio e o Tempo, chega em sua quarta parte e ao seu final. Caso não leu a parte 1 e 2, clique aqui. Para ler a parte 3, clique aqui. Parabéns, grande Lucas! E obrigado por ter dado a honra para o Vale do Pontar publicar sua fanfic!

O Raio e o Tempo – Parte 4
O ESTILHAÇAR DO TEMPO
“Alzur era meu tio, meu pai era um fazendeiro e enquanto ele seguiu seus talentos, meu pai morreu em uma invasão a nossa fazenda e ele decidiu me criar, até me deixar aos cuidados dos bruxos muito tempo depois, mas provavelmente não querem saber sobre minha vida pessoal, sim como me tornei um bruxo” virou Lucian outro gole de cerveja, Bremen e Íris estavam atônitos com aquela notícia que para ele parecia trivial.
“Então tem sangue de Alzur nas veias, jovem, eu adoraria saber tudo sobre você” quebrou o silêncio Bremen.
“Eu não passei pelos testes de ervas como um bruxo convencional, mas por algo bem mais doloroso que eles” continuou Lucian.
“Existe algo pior que ter seu corpo revirado por poções?” franziu o cenho Íris segurando a caneca de madeira com as duas mãos sob o colo.
“Sim, todas as habilidades motoras e psíquicas quais tenho foram implantadas por magia, por Alzur, claro que eu me voluntariei, ele tentou convencer outras pessoas e me dissuadir inúmeras vezes.”
“O QUÊ?” disseram os dois ao mesmo tempo.
“Então quer dizer que é um bruxo de um tipo de novo estágio, ou uma versão aprimorada, isso é incrível, existe algum registro de sua criação ou acesso a eles?” perguntou Bremen quase saltando da cadeira de madeira.
“Se existem, provavelmente foi roubado dele quando morreu ou ele mesmo as destruiu, pois ele estava tentando reverter de alguma forma os feitos em mim com muitas pesquisas, ele dizia que errou ao me fazer assim, enfim, é isso, sou além de uma aberração.” encerrou Lucian.
“Não, você é algo extraordinário, algo além do que todos no continente imaginam, Alzur só conseguiu por ser também extraordinário” pensava em voz alta Bremen.
“Não conseguiram replicar mais depois que ele morreu, então provavelmente as anotações foram destruídas ou muito bem guardadas” acrescentou Lucian virando tudo que tinha na sua caneca e a enchendo de novo.
“Acredito que não seja estéril também” disse Bremen sorrindo, bebendo também.
“É isso aí, não sou, mas nunca tive um filho, algo que o Alzur queria manter, era sua linhagem sanguínea e ele não poderia ter filhos, passou essa responsabilidade para mim, talvez um dia quem sabe.” contava agora Lucian como se realmente fossem amigos.
“Algo a dizer senhorita? Está calada demais” apontou Bremen para Íris.
“Minha mãe era Fiona, nasci em Cleves, filha de um soldado da fortaleza com ela, existia um monstro que começou a matar nas redondezas e um bruxo apareceu para nos ajudar na época, eu era muito pequena, mal lembro deles” começou Íris.
“E ele evocou a lei da surpresa, e você foi entregue a ele como um presente” disse Lucian com um semblante de nojo estampado.
“Era o Bremen. Encontrei muito tempo depois ela já em seus últimos dias, de alguma forma eu também não envelheço, talvez seja por causa das minhas habilidades que utilizo muito ou porque talvez eu tenha as aceitado e feito disso minha forma de vida, ou quem sabe o destino queira algo de mim.” encerrou Íris.
O Silêncio tomou o recinto, Bremen se levantou e saiu, haviam se passado horas e os ventos vindos de fora da fortaleza começaram se tornar frios a ponto de Lucian se lembrar que suas roupas ainda estavam rasgadas.
“Bom, certo, preciso tomar um banho e de roupas novas.” se levantou ele.
“Certo, esqueci de te mostrar o lugar, me acompanhe.” saiu Íris na frente o levando por corredores rochosos até um piso abaixo do qual estavam e chegaram a um grande quarto com uma banheira de pedra com água.
“Vocês tem roupas extras por aqui?” e Íris as joga com força em Lucian que observa que ali era o quarto dela, o perfume de pães de mel com rosas toma conta do lugar.
“Eu não vou sair se acha isso, ande, tire suas roupas para eu jogar fora.” pede ela e ele se despe na frente dela que desvia o olhar estendendo a mão para pegar as peças. Ele adentra e a água estava fria, então sussurra algo que chama imediatamente a atenção de Íris, estava aquecendo a água.
“Eu sabia, por isso não aqueci a água, é um feiticeiro que decidiu viver como um bruxo” acusou ela no mesmo instante.
“Acha mesmo que estou mentindo para vocês depois de terem salvo a minha vida e me recepcionarem tão bem?” disse ele olhando para ela e se ajeitando na banheira.
“Um feiticeiro é muito bom com as palavras e em mentir também, conheci inúmeros.” continua ela.
“Se quiser, te mostro todas as minhas memórias, qual feiticeiro iria querer o tipo de vida que levo?” questiona Lucian.
“De certa forma tem razão, vai contra tudo que eles pregam nas escolas, sempre em côrtes e por trás de grandiosas causas. Agora vire-se” mudou ela de assunto.
“O que?” disse ele enquanto Íris se despia e Lucian o fez.
“Está no meu quarto e minha banheira, não tente olhar.” entra Íris de costas para ele na banheira e começa a se lavar.
“Já tomou banho com alguém nos seus aposentos?”
“Se está tentando dizer se eu por acaso já fui para a cama com alguém, sim, com vários ao longo da minha vida”
“Não era bem isso, eu quis dizer exatamente o que disse, aqui, neste local” continua Lucian.
“Nunca, ninguém vem aqui.” responde ela baixo o suficiente para ele ouvir como se aquilo não quisesse ser dito.
“Fico grato por tudo, te devo a minha vida ou o que desejar como pagamento.” e Íris recebe como uma pontada, pois aparentou em sua expressão a qual ela lutou para tirar do rosto.
“Então… Certo. Quero que me dê algo que tem e nunca prometeu ou entregou a ninguém” evocou Íris.
“O quê?” disse Lucian surpreso, pois nunca ninguém tinha feito isso em toda sua vida.
“É sério mesmo Íris de Maribor? Evocou a Lei da Surpresa como pagamento?”
“Sim, assim não tem como você faltar com o pagamento, agora me diga o que tem que nunca prometeu ou entregou a ninguém e assim será selado, Lucian de Velen.”
“Quer mesmo saber?” Se virou ele, tocou o rosto dela e a beijou com vontade, imediatamente retribuído, ela largando a esponja qual segurava também se virou para ele e envolveu com suas mãos o pescoço de Lucian. Minutos depois estavam sob a cama dela, entre carinhos, beijos em todas intensidades, ele pôde ver novamente os olhos dela brilharem o esmeralda mágico. Lucian não sabia o que sentia, apenas fazia, com as mãos, boca, Íris agarrava, arranhava, gemia, o tempo não importava, talvez tivesse passado a noite toda e metade do dia quando finalmente se cansaram.
“Agora você sabe o que tem como pagamento” murmurou Lucian a olhando nos olhos, ela sorriu magnetizando outro beijo e ambos adormeceram.
Um raio riscou o céu, uma tempestade, ventos gélidos, portais se abriram, uma embarcação negra se aproxima de uma costa, indivíduos saem dos portais a campina do que parecia ser um castelo negro, trajavam armaduras cobertas de gelo, grotescas com elmos como de criaturas mortas espectrais.
“Chamem por elas e busquem o herdeiro, quero ele vivo, destruam tudo e matem todos que encontrarem” envia o que parecia ser o líder dos cavaleiros e uma parede do castelo vem ao chão com um estrondo.
Lucian e Íris se levantam com um forte estrondo e seus ouvidos são atingidos por um zunido que penetra em suas almas, ambos levando as mãos a cabeça.
“O que é isso?” diz Íris se levantando e se vestindo.
“ESTAMOS SENDO INVADIDOS” grita Bremen das escadarias do corredor do quarto.
Lucian de um pulo se veste rapidamente e corre em direção das escadarias a frente de Íris e recebe suas espadas das mãos dele que aguardava os dois.
“Quem são?” pergunta Lucian ouvindo passos de alguém vestindo armaduras pesadas.
“É difícil de acreditar, mas é a caçada selvagem, provavelmente vieram atrás de alguém extraordinário que vive aqui ou de um tesouro guardado aos nossos pés” conta Bremen.
“Do que está falando velho? Vieram atrás dela e do que?”
“As lendárias espadas élficas forjadas com os anões” e Lucian estampa algo como descrença e surpresa.
“A Chave para derrubar nações ou salvá-las não é uma espada, mas sim duas espadas, provavelmente de seus governantes” decodificou Lucian deixando Bremen branco de surpresa também.
“Era o seu destino estar aqui, estarem aqui e vieram por vocês, conhece a lenda e ninguém nem mesmo a Íris sabe disso”
“Do que eu não sei?” pergunta ela atrás de Lucian.
“Vão, elas estão no calabouço, na sétima cela enterradas sob pedras, provavelmente elas chamam seus escolhidos.” continuou Bremen.
“O quê? Do que estão falando?” continua ela olhando de um para o outro.
“Espadas lendárias, a caçada está atrás de você por causa do seu sangue, temos que achar elas para enfrentar a todos ou morreremos.” contou tudo dando um choque em Íris.
“Como?” parece não acreditar ela.
“Vão! Irei distrair a atenção deles e depois vão embora daqui.” pede Bremen.
“Não! Não irei deixar você!” reluta Íris.
“Ande logo sua tola, tenho orgulho do que se tornou e quem encontrou, agora vai, um bruxo jamais morre em sua cama.” abre Bremen a porta à sua frente empunhando sua espada e corre em direção do corredor mais próximo, brandir e cruzares de espadas são ouvidos com gritos indistintos, armaduras pesadas caindo no chão.
“Vamos!” puxa Lucian o braço de Íris e ela segue na frente enxugando as lágrimas, ambos sabiam qual caminho tomar, o zunido em suas mentes aumentava conforme se aproximavam, com um Aard ele arrebenta a porta da cela e com outro explode as pedras que estavam cobrindo as espadas e os dois pegam cada um dos embrulhos rapidamente e ao desamarrar as peles, empunhaduras totalmente brancas surgem, instintivamente puxam elas de suas bainhas, eram basicamente idênticas, por um simples detalhe no pomo, que agora existia uma joia verde na qual Íris segurava e pulsava como coração uma pequena luz de mesma tonalidade, enquanto a de Lucian brilhava azul.
Um estrondo seguido de dezenas de passos são ouvidos as escadas do calabouço.
“Nos tire daqui.” pediu Lucian para Íris que embainhou sua espada e tremeluziram verde.
Dezenas de espectros agora se encontravam em todos os lugares do castelo, um corpo ensanguentado é jogado aos pés do líder por dois soldados.
“Só encontramos ele aqui!” disse o mais alto dos dois com máscara do que parecia um cervo morto.
“Imbecis!” se dirige ele a todos e segue para dentro do castelo.
Um estouro verde esmeralda, um brandir azul, outro esmeralda, dez soldados são partidos ao meio, o som das lâminas ecoam por toda a costa, em segundos, todos os soldados da caçada tombam e por trás de uma pilha de corpos dilacerados surgem dois indivíduos empunhando espadas com lâminas com brilhantes entalhes élficos.
O líder retorna para fora com o que restou dos soldados e um raio risca o céu revelando Lucian e Íris com seus olhos brilhando nas tonalidades das lâminas.
“QUEM SÃO VOCÊS?” grita ele e todos puxam suas armas.
“Não precisa saber, pois apenas seremos conhecidos como aqueles que derrotaram a caçada selvagem.” disse Lucian.
“Vamos matar a todos!” esbravejou Íris.
“Continuariam a vir atrás de nós com outros exércitos, eu irei fazer algo que vai os deixar no lugar deles, mas eu quero que tire a nós deste mundo, consegue?” perguntou Lucian.
“Sim, mas para onde?” diz Íris.
“Um lugar que se assemelha a esse, mas sem estes costumes e sem bruxos.” pediu Lucian.
“Certo, prepare-se” se aprontou Íris, um círculo com símbolos surgiu sob seus pés” Quando terminar avise” voltou a dizer ela e seus cabelos se tornaram completamente prateados fazendo Lucian mais uma vez surpreso.
“Certo!” Se voltou ele aos cavaleiros que perceberam quem era ela.
“A CRIANÇA DE SANGUE ANCESTRAL!” disse o líder e um dos cavaleiros conjurou um cajado.
“NÃO MESMO! A MIM SERÁ JULGADO COM O SEU TROVÃO, ALZUR!” disse Lucian e sua voz ecoou por todos os lados deixando a todos surpresos, a lâmina da espada brilhou mais, raios riscaram o céu e começaram a cair por todos os lados e explodiu o navio negro atracado na costa e ao atingir todos os pontos altos do castelo, começou a derrubar todas as torres e seus muros e um finalmente atinge os soldados e seu líder.
“Adeus Kaer Seren! Adeus Bremen!” disse Íris e ambos desapareceram em um portal verde esmeralda, a tempestade cessou no mesmo instante.
Somente o líder e o mago com ele restaram de pé enquanto os demais foram desintegrados.
“Desgraçados, nunca saberemos para onde foram com essa quantidade de baixas e o Naglfar foi completamente destruído, nos tire daqui e inicie a procura do próximo herdeiro de Dorren, com toda certeza deve estar mais próximo.”Um portal foi aberto e os dois adentraram.
Uma tarde agradável com ventos vindos do leste sopram um campo de trigo, uma moça observa seu marido retornando pela estrada montado em seu cavalo, ela exibia um belo barrigão, aguardava um bebê, ele desce de sua montaria, vai até ela que o recebe com um beijo e depois acaricia sua barriga.
“Se for menino, como se chamará?” pergunta ele.
“Kaleb” responde a mãe.
“Bom, gostei” concorda o pai.
Algum tempo depois o bebê está nos braços do pai e ele possui olhos da mãe com tons de amarelo em alguns pontos, mas os cabelos são negros como os do pai.
“Ele será extraordinário como a mãe” diz um Lucian mais velho sorrindo.
“E como o pai também, não se esqueça disso.” dá Íris um beijo na testa do filho ao tomar do colo do pai e ambos se sentam na pequena varanda de chão de madeira construída por ambos.
Dedico esse conto a minha família deste universo maravilhoso de andrzej sapkowski.
26/07/2020
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Autor(a): Pedro Voltera
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