Em 2007, um estúdio polonês ainda desconhecido decidiu transformar uma série de livros cult em um RPG sombrio e adulto.
Nascia The Witcher, o primeiro capítulo da saga que mudaria o destino da CD PROJEKT RED — e, de quebra, o rumo dos jogos de fantasia moderna.
Hoje, 18 anos depois, o título original ainda é lembrado como o ponto de partida de uma das franquias mais respeitadas do mundo dos games. (Continua depois da imagem)

A estreia de um anti-herói
Lançado em 26 de outubro de 2007, The Witcher apresentava um protagonista diferente de tudo que se via na época.
Geralt de Rívia não era um cavaleiro nobre nem um herói infalível — era um caçador de monstros mutante, cínico e cheio de dilemas morais.
No lugar de escolhas simples entre “bem” e “mal”, o jogador enfrentava decisões ambíguas, sem garantias de final feliz.
Essa moral cinzenta se tornaria uma marca registrada da franquia — e influenciaria RPGs futuros como Dragon Age e Mass Effect.
Um RPG ousado feito “na raça”
O primeiro The Witcher foi desenvolvido com o motor gráfico Aurora Engine, emprestado da BioWare (usado em Neverwinter Nights).
Mas a CD PROJEKT RED, com uma equipe de cerca de 100 pessoas e um orçamento modesto, reprogramou quase tudo do zero.
O resultado foi um RPG isométrico em 3D com sistema de combate baseado em ritmo e reflexos — um tanto estranho para os padrões atuais, mas revolucionário para seu tempo.
A ambientação adulta, o uso de política, racismo e erotismo na narrativa colocaram o jogo num patamar único.
Da literatura polonesa ao mundo
Antes de ser um fenômeno global, The Witcher era uma série de contos e romances escritos por Andrzej Sapkowski.
O jogo de 2007 apresentou esse universo a um público internacional, adaptando a mitologia eslava e os dilemas humanos do autor.
Foi também o primeiro passo da CD PROJEKT RED rumo à grandeza — uma aposta que daria origem a The Witcher 2, The Witcher 3: Wild Hunt e, mais tarde, à série da Netflix.
O impacto 18 anos depois
Olhar para The Witcher 1 hoje é ver o início de uma visão ambiciosa: criar mundos complexos, moralmente densos e emocionalmente reais.
Mesmo o jogo envelhecendo tecnicamente, sua essência — escolhas que importam e personagens com alma — continua inspirando o gênero.
Foi o começo de uma lenda.
E como todo bom bruxo, The Witcher 1 resistiu ao tempo com cicatrizes, mas também com glória.