Demorou apenas 15 anos, mas o remake de Resident Evil 4 finalmente está entre nós, para a alegria dos fãs que ansiavam por essa reimaginação. O novo jogo da Capcom foi lançado dia 24, e os jogadores já esmiuçaram cada cantinho infectado pela La Plaga.
Estrelado por um Leon S. Kennedy traumatizado pelos acontecimentos bizarros de Raccoon City, o game foi desenvolvido por Yasuhiro Ampo, que trabalhou em mais de seis jogos da franquia, e Kazunori Kadoi, diretor de Resident Evil 2 Remake.
A nova versão moderniza o original de 2005, mantendo uma fidelidade alta dos principais pontos da história e implementando inúmeros updates.
Em entrevista ao g1, o produtor Hirabayashi Yoshiaki explicou que a ideia foi expandir as qualidades do original, ao invés de mudá-las.
“Ao fazer isso, sentimos que todo mundo que curtiu iria querer jogar o game mais uma vez. Sentimos que seria difícil refazer este jogo porque é tão amado por tantos fãs. Após começarmos o desenvolvimento, decidimos substituir alguns aspectos do original que pareciam um pouco clássicos demais, como o sistema de controle, por uma direção mais moderna”, acrescentou o produtor.
Com tantas mudanças a fim de aumentar a narrativa e transformar elementos que talvez não funcionem tão bem para os players atuais, o remake foi liberado com uma série de novidades. Conforme os materiais divulgados anteriormente, pode-se concluir que diversos pontos da história foram remodelados, além de toda a mecânica beneficiada pela RE Engine.
Sendo assim, decidimos trazer as principais diferenças entre o remake e o jogo original de Resident Evil 4 em um quadro comparativo.
[Atenção! A partir de agora, spoilers de Resident Evil 4]
Ambientação mais sombria
Algo que foi visto desde o primeiro material de divulgação do Remake de Resident Evil 4 é como o jogo aparenta estar muito mais sombrio do que o seu precursor de 2005. Essa impressão se confirmou inicialmente com as primeiras impressões da demo e agora com o lançamento do jogo completo.
Essa reimaginação expandiu o game de uma forma muito rica pelo minimalismo nos detalhes e a atmosfera lugubre faz parte dessa leva de novidades. Tal mudança pode ser sentida tanto com as atualizações gráficas, nas quais durante o gameplay é possível despedaçar inimigos, quanto nas cinemáticas que apelam ainda mais para sequências sangrentas.
Número de capítulos
O remake apresenta uma diferença sútil do original quando se trata da estruturação da trama, é algo que não impacta no desempenho do jogo, mas que é perceptível para os que jogaram RE4 de 2005. No game original a história era dividida em 5 capítulos com 3 a 4 subcapítulos em cada. O novo opta por ser mais conciso, apresentando 16 capítulos ao todo sem a subdivisão.
Salvamento automático
Para uma maior praticidade e modernização da experiência, o remake traz a funcionalidade do salvamento automático do progresso em pontos específicos da história. Assim, quando o jogador morrer, retornará para o último ponto de save feito pelo jogo. O ícone de salvamento automático se localiza no canto superior esquerdo da tela. Vale ressaltar que o salvamento automático, no entanto, não está disponível na dificuldade “Profissional”.
Leon poliglota
Agora Leon é bilíngue! Diferente da versão anterior, em que o agente persistia em falar inglês enquanto outros personagens falavam espanhol, parecendo uma nova torre de Babel, o remake faz questão em mostrar que o protagonista está pronto para botar suas aulas de espanhol em prática. Dessa forma, além da comunicação ficar mais fluída entre os personagens, não fica parecendo algo bizarro e forçado.
Pontos de interesse em amarelo
Os remakes mais recentes de Resident Evil possuem um design de interface que gosta de destacar os pontos de interesse (como caixas com munição, suprimentos e até a direção do caminho correto para progredir) sinalizando-os em amarelo para deixá-los bem evidentes. Com o novo Resident Evil 4, não é diferente. Além disso, as caixas com “x” amarelo costuma ter itens bem interessantes.
Parry e durabilidade da faca
Dentre as novidades relacionadas à mecânica do remake, o “parry” consiste na ideia de contra-atacar na hora certa. A mecânica funciona perfeitamente na prática, tanto nos combates costumeiros com os infectados, quanto na icônica batalha contra Krauser. Em suma, o recurso é muito útil para poupar balas e ampliar as possibilidades do combate, tanto que foi adicionado ao jogo inteiro justamente por essa sequência com o vilão.
A faca também ganhou uma nova utilidade, agora além de atacar os inimigos, a arma conta com a habilidade de bloqueio contra-ataques. Mas não a use sem pensar! Apesar de ser muito conveniente, nada vem fácil, pois há uma “barra de durabilidade” que informa sobre o desgaste da lâmina conforme seu uso. Quando ela chega ao final, a faca quebra, e você precisará ir até o Mercador para consertar. Diga-se de passagem, o conserto tem um precinho um tanto salgado.
Movimentação
Isso não chega a ser uma grande novidade, mas em comparação com o game de 2005 é um baita avanço. A movimentação do remake está dentro dos moldes das outras duas reimaginações, ou seja, agora é possível andar e atirar. Além disso, todos os movimentos de Leon estão mais fluidos e naturais, sem contar a mecânica que ganhou adições muito bem recebidas em comparação aos projetos de 2019 e 2020.
Outras novidades da movimentação de Leon são duas mecânicas simples, mas inéditas. A primeira é a furtividade, em que é possível matar um inimigo com a faca sem alertar outros em algumas sequências do jogo. E por fim, um botão para o protagonista agachar, o que não é exatamente uma esquiva, mas serve para escapar de golpes altos de criaturas.
Acesso rápido a armas
Para trocar de arma no Resident Evil 4 original, era preciso abrir a maleta, selecionar a arma desejada e escolher a opção em um pequeno pop-up.
Facilitando as nossas vidas, o remake implementou um acesso rápido às armas, que funciona como uma roleta personalizável onde o jogador escolhe quais armas ficarão no acesso rápido. O objetivo desse novo recurso permite realizar a troca com apenas um botão, dispensando assim o inventário.
Good by, QTEs
Durante o período de divulgação, os desenvolvedores confirmaram que o remake teria “quase nenhum QTE (Quick Time Event)”, que consiste no conceito de apertar botões específicos em um período extremamente curto de tempo para realizar uma ação.
E eles cumpriram o que prometeram, pois apesar de ainda haver momentos para apertar um botão (como esquivas específicas no meio do combate), ainda assim são bem mais sutis. Com isso, a luta contra o Krauser, que no original era composta inteiramente por QTEs, no remake passa a ser uma luta de faca com foco em parry e esquiva. Sendo assim, a reimaginação substituiu essas sequências de QTEs e diminuiu consideravelmente sua presença. E sim, isso inclui a infame fuga da pedra, que destruiu muitos botões dos controles em 2005.
Minigame de tiro ao alvo
O remake de Resident Evil 4 também deu um update no minigame de tiro ao alvo do original. Agora, ao invés de atirar em habitantes do vilarejo, o jogador precisa acertar piratas e evitar marinheiros. Além disso, há desafios específicos que envolvem a troca de armas, atirar em todos os alvos em uma quantidade específica de tempo, etc.
As recompensas do minigame vão além de apenas dinheiro, pois também disponibilizam “chaveiros” para a personalização da maleta que concedem bônus, como descontos no Mercador e uma porcentagem maior na criação de munição. Acredite, você perderá muitas horas no minigame.
Maleta e crafting
A maleta do Resident Evil 4 foi uma das novidades mais interessantes do game original. Nesta nova versão do game ela ainda desempenha a função de inventário para Leon, mas apresenta alguns aprimoramentos. Agora, o jogador tem acesso a opções de customização onde pode comprar cores diferentes para a maleta que oferecem um bônus no gameplay, além de equipá-la com chaveiros que são recompensas do minigame (como mencionado anteriormente). A maleta vermelha, por exemplo, aumenta a chance de encontrar ervas vermelhas.
Outra novidade é o sistema de crafting mais robusto que foi introduzido no Resident Evil 7.
Máquina de escrever
Outro item que recebeu melhorias significativas foi a clássica máquina de escrever. Ela ainda funciona como ponto de salvamento manual, mas apresenta duas novas opções.
A primeira é a despensa, que permite ao jogador guardar itens específicos como armas e sprays de primeiros socorros para não precisar carregá-los no inventário. Já a segunda, disponibiliza o acesso ao inventário e a personalização da cor e dos chaveiros da maleta.
Missões secundárias
Uma das novidades prometidas pelos desenvolvedores foi a inclusão de missões secundárias. Elas estão em formas de contratos que podem ser coletados ao redor do mapa. No entanto, essas atividades não são necessariamente missões secundárias, pois funcionam mais como desafios, como coletar um ovo dourado, matar 3 cobras, etc. Ao completar essas “missões”, você pode ir até o Mercador para reivindicar recompensas únicas que não podem ser compradas na loja normal.
Comandos da Ashley
Assim como nos anos anteriores, a Capcom fez questão de enquadrar o remake no conceito de reimaginação total. Dessa forma, os produtores tiveram a liberdade de reformular praticamente todos os personagens, alguns mais, outros menos.
Um bom exemplo é a Ashley, que está menos pedante do que no título original. Sua IA está mais preparada para momentos de caos, apesar de, ainda assim, ela ser eventualmente capturada e precisar da ajuda do Leon. No entanto, sua persona está mais madura e parceira. Assim, a tarefa de cuidar da garota está mais fácil, uma vez que há comandos de ação. Você pode pedir que ela fique perto ou longe de Leon, a afastando do perigo conforme a necessidade da situação.
Além disso, a parte em que Ashley se torna jogável também está presente no remake e foi expandida, apresentando sequências com foco em furtividade com uma ambientação maior de suspense.
Expansão do papel de Luis
Outro personagem que recebeu aprimoramentos fortemente perceptíveis e está presente em novos momentos foi Luis Serra, que no jogo original tinha um papel relativamente curto, mas importante, sendo morto pelo vilão Lorde Saddler no terceiro capítulo.
O remake expandiu a participação do personagem que, além de ter um arco de redenção mais profundo, também se torna um NPC acompanhante em certo momento da história e pode até ajudar nas lutas com chefes.
Visual do Salazar
Como mencionado anteriormente, a reformulação dos personagens não se limitou somente a personalidade, a aparência de muitos também foi alterada. Sobretudo, o visual de Salazar é, de longe, o mais chamativo pelas fortes mudanças.
Em vez de ser realmente pequeno, esguio e pálido como os jogadores estavam acostumados, o Salazar do remake adota uma aparência mais sombria de monarca europeu, sem contar que não possui mais seu icônico chapéu. Além disso, o remake opta por não explorar o lado “cômico” do personagem.
Coletáveis do Salazar
Um dos coletáveis do novo Resident Evil 4 homenageia a aparência icônica do Salazar original. É possível encontrar 16 pequenos brinquedos do personagem espalhados pelo jogo e é preciso usar uma arma ou a faca para destruir o coletável.
Tela de ligações
O original de 2005 foi marcado pelas ligações entre Leon e personagens secundários, principalmente Hunnigan. As ligações foram mantidas no remake (algumas delas, no caso, pois apenas Hunnigan e Ada entram em contato com Leon), e não acontecem mais em uma tela separada, desta vez aparecem de forma mais sutil na parte inferior da HUD durante o gameplay.
Sem cena dos lasers
Uma perda para toda a comunidade de RE. A tão amada cena dos lasers, em que Leon dá saltos mortais e cambalhotas mirabolantes, não está presente no remake. Um prêmio de consolação é que pelo menos a cena do trono foi inclusa.
Chegamos enfim ao final da lista! Qual a mudança que você mais gostou ou desgostou? Teve alguma outra mudança que você identificou que não está na lista? Nos conte aqui nos comentários!
Resident Evil 4 está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC (via Steam).
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