A comunidade brasileira de The Witcher é extremamente talentosa, tanto na parte artística, cosplays e até escritores.
Publicamos um vídeo no final do ano passado da importância de The Witcher na vida das pessoas e foi aí que descobrimos o escritor Lucas Covezzi. Este fez um incrível conto para sua esposa baseado no universo The Witcher! Então Lucas nos enviou esse conto e você pode conferi-lo logo abaixo! Fiquem perto das pessoas queridas. <3
Witcher – O Raio e o Tempo
Em uma taverna à beira da estrada próximo a Gors Velen, uma bela moça de olhos verdes-vivo e pupilas como de um felino observava o bosque logo abaixo, seus cabelos cacheados compridos castanhos esvoaçavam ao vento daquela tarde fria, suas vestes de algodão por baixo de uma armadura cinza fosca quase completa e capa vermelha e branca acompanhavam o mesmo movimento, nas maçãs do seu rosto, dois finos riscos, cicatrizes causadas a algum tempo por criaturas que ela costumava caçar. Um rugido seguido de galhos se partindo chamou sua atenção, puxou a espada de prata das costas e correu na direção do que pareciam ser galopes pesados, uma explosão, ela salta com reflexo, algo negro e grande passa por baixo das suas pernas tão rápido que um humano jamais poderia ver, uma pirueta, caindo de pé o cheiro de pelo e sangue atinge seu olfato, algo feriu a criatura e a derrubou. “O que alguém como você faz por aqui?” pergunta alguém às suas costas, ela não conseguiu ouvir seus passos no campo, um rapaz aparentando ter vinte e cinco anos, olhos amarelos com pupilas reptilianas, algumas cicatrizes o delatavam, uma espada de prata navalha nas mãos, um bruxo. “Vim pelo contrato, mas parece que já está sendo feito ou os aldeões não confiam em quem está o realizando” responde ela olhando dele para a Manticora que se levantava e preparava um novo ataque. “Como pode existir alguém como você?” pareceu ele surpreso. “Cale a boca e vamos terminar isso, dividiremos a recompensa ou morreremos aqui, distraia ela” voltou a dizer a jovem correndo para o lado oposto que o dele, enquanto o bruxo seguiu atirando outra bomba e lançando aos pés da grande criatura que saltou desviando e este deslizando abrindo sua barriga com a ponta da espada, um feixe verde e na outra lâmina a cabeça do monstro rolou. “Muito bem, agora pode me dizer como fez aquilo?” “Não confio em você” responde a garota limpando a lâmina enquanto ambos seguiam de volta para a vila depois da taverna, o chão lamacento revelava o quanto chovia nessa região.
O Raio e o Tempo – Parte 2
Os aldeões agradeceram ao bruxo por ter acabado com a ameaça que já havia devorado uma caravana de mercadores faz dois dias e entregaram o saco com cento e cinquenta peças de ouro. “Ela me ajudou, então tem parte do crédito” apontou ele para a moça recostado no balcão do taverneiro bebendo. “Eles não ligam, jovem bruxo” respondeu ela secamente, as espadas estavam recostadas aos seus pés também no balcão. Dois homens deram uma cusparada e outro se aproximou por trás, dando um tapa em seu bumbum. O bruxo não demonstrando o que sentia naquele instante se aproximou do homem. “Deveria respeitar as damas” segurou ele pelo pulso com força o suficiente para ele ficar são de sua bebedeira, o odor de álcool encobriu o espaço entre eles três. “Vai para o inferno sua aberração, eu quero me divertir essa noite e ela é linda o suficiente para me satisfazer” cuspiu ele no rosto do bruxo. A jovem empurrou o bruxo, com uma agilidade inumana agarrou o dedo indicador da mão que ele havia batido nela e o quebrou com facilidade, o fazendo cair e ficar em posição fetal. “Tem razão, muito divertido ouvir seus gemidos. O próximo que se aproximar de mim eu mato” diz ela deixando todos surpresos, inclusive o bruxo. “Eu posso?” quebra ele o burbúrio dos frequentadores da taverna que eram mais ou menos uns trinta. “Não, não preciso de ajuda” continua ela friamente. “Você é muito mais controlada do que eu” continuou ele. “Sério, o que teria feito? Derramado o sangue desse idiota bêbado?” “Provavelmente, muito provavelmente.” Conta ele ao lado dela já. “Eu disse para ninguém se aproximar de mim.” ameaçou ela. “Lucian de Velen” atira ele a bolsa de moedas ao lado do copo dela. “Um conterrâneo então” pega ela bolsa e suas espadas e sai da taverna, a chuva começava a cair. Lucian a segue até o estábulo, ela puxa a espada de aço e coloca a lâmina na garganta dele. “Pare de me seguir, não quero nenhum curioso me investigando” diz ela aparentando irritação, incrivelmente ao contrário dos outros bruxos. “Não existem bruxas e você é diferente, tem algo em você que…” “Cale a boca!” grita ela, o verde dos olhos dela se acentuaram por um instante com uma centelha esmeralda, assim como magia. “Tudo bem, vou embora, só queria conversar” se afasta Lucian não engolindo esse descontrole momentâneo. Dias se passaram desde o encontro com a misteriosa jovem que ele percebeu não ser uma bruxa, ela partira sem destino e ele seguia seu perfume a certa distância, não tinha certeza se ela perceberia ou tentaria armar uma emboscada para Lucian, mas seguiu mesmo assim. Logo percebeu que após algumas montanhas, estariam entrando em Brokilon e a montaria de Lucian teve que ser deixada de lado para subir alguns desfiladeiros. Ele ainda não tinha entendido como ela poderia ter escalado tão rápido e passado pelos desfiladeiros, pois os cálculos eram dias para circundar toda sua extensão. “Não desiste mesmo de me seguir não é?” escuta ele a voz dela as suas costas. “Seu trajeto é tanto incomum para um destino de praticamente a morte” responde ele de outra forma, ambos estavam no final do despenhadeiro e logo a baixo, a floresta de brokilon, lugar que pouquíssimos ousariam se arriscar. Aquela tarde estava frio e ventava bastante. “Eu deveria te matar por me seguir, mas vejo que está determinado a tentar descobrir quem sou eu. Irá parar de me seguir se eu revelar meu nome ou se apaixonou por mim?” deu ela uma leve risada com seus lábios rosados e carnudos, o perfume dela levado pelos cachos esvoaçantes era uma mistura de rosas com pães de mel, algo que Lucian não via a tempos. “Você realmente me intrigou, suas habilidades, seus talentos, não são de alguém comum, ou de algum bruxo, vão muito além” iniciou ele olhando ela nos olhos verdes, tentando encontrar o brilho esmeralda de outro dia. “Certo” quebrou ela o vislumbre do que ele procurava e prendeu os cabelos sob o rosto no rabo de cavalo que usava no momento. “Não precisamos de cordialidades aqui, certo? E também não irei te atacar, então pode ficar despreocupada.” “Muitos tentaram depois destas mesmas palavras e poucos viveram para se lembrarem de mim” diz ela puxando sua espada de aço. “Opa! O que isso quer dizer?” dá um passo para trás Lucian “ Eu não quero lutar com você” “Tem medo de perder para uma mulher?” desafia ela ficando em posição de ataque com a espada. “Contra a mulher na minha frente eu realmente não tenho medo de perder, nem lutar, mas eu sei que irei perder, mas se esse é o seu preço para dizer quem é, pelo menos tentarei” puxa ele a espada de aço, um instante, os olhos dela cintilam esmeralda, ela se desfaz em o que pareceu um pequeno portal de mesma tonalidade, Lucian rola para o lado, uma mecha de seu cabelo é arrancada pela espada dela que de alguma forma se teletransportou para trás dele sem ele perceber. Ao rolar para a sua esquerda por segurança, a mesma lâmina rasga seu gibão, então ele relembrando de seus sinais e no impulso lança Aard no chão a derrubando com o impacto, ele tenta a golpear para tentar tirar a espada de suas mãos, mas atinge o vazio, a lâmina rasga a lateral de sua calça, ele começa a perder a paciência pela incapacidade de fazer algo e então finaliza com um outro sinal nunca visto antes, que explode as pedras a sua frente e raios de eletricidade atingem em cheio a derrubando, ela tenta se levantar, mas a dor atingiu seus músculos, então ela cai desacordada. “Detesto ter que usar isso, mas foi a última alternativa” diz Lucian tirando um frasco com líquido azul de sua bolsa e derramando na boca dela, ela acorda e vomita todo o líquido. “Seu idiota” diz ela tossindo e cuspindo o líquido “Alzur tinha um aluno que eu não conheci e pelo jeito aprendeu bem a habilidade de projetar relâmpagos” se levanta ela com dificuldade. “Sei apenas de alguns truques bem úteis” estende ele o braço para ela se equilibrar. “Íris, de Maribor, ganhou e conquistou o direito de saber, agora temos que sair daqui ou seremos alvejados pelas dríades ou pior” revela ela e ambos começam a fazer o caminho de volta para o rio onde Lucian tinha deixado sua montaria. “Me deve uma calça e um gibão novo” “Esse era o preço” diz ela indo na frente. A expressão serena do rosto de Íris se transforma em terror ao ver três flechas que acertaram as costas de Lucian, o derrubando, ela correu para ajudá-lo a se levantar, ele tossiu sangue. “Saia daqui, se salve, você não merece morrer assim” diz ele com dificuldade “Cale a boca!” grita ela e ele com muita dor se levanta, ambos tremeluzem verde esmeralda e desaparecem.
Comments