“Diretor de Missões” em Cyberpunk 2077 fala sobre sua carreira e expectativas para o jogo

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Cyberpunk 2077 é um dos jogos mais aguardados dessa e da próxima geração e não é à toa: Desde a aparição de seu trailer na E3 2018 e posteriormente sua gameplay, o jogo vem gerando o que falar.

A IGN entrevistou Mateusz Tomaszkiewicz, o atual Diretor de Missões de Cyberpunk que já trabalhou em diversos outros projetos da CD Projekt Red, desenvolvedora polonesa resposável pelos jogos de The Witcher e agora pelo jogo futurista, e agora você confere os melhores momentos dessa entrevista:

Tomaszkiewicz está no estúdio polonês desde 2008 e, inicialmente, testava ferramentas de edição para outros departamentos e mecânicas de gameplay, além de realizar tarefas diversas. Além de Wild Hunt, ele esteve envolvido no desenvolvimento de The Witcher: Enhanced Edition e The Witcher 2: Assassins of Kings. Passou a atuar como designer júnior de missões em 2009, até chegar ao cargo de designer líder de missões em 2012 e, posteriormente, de designer de narrativa e diretor de missões. Tomaszkiewicz está na lista “30 antes do 30” da Forbes Europa 2019, que destaca a nova geração de talentos nos esportes e games.

Em quase 11 anos de carreira da CD Projekt, ele revela que o seu maior desafio até agora foi quando assumiu a direção de Gwent: The Witcher Card Game. ‘O diretor anterior deixou a empresa e tivemos um cronograma bastante exigente para o lançamento do game. Tive que aprender muito em pouco tempo porque, de repente, estava fora da minha zona de conforto. Enfrentamos um conjunto de situações, de discussões relacionadas a códigos, passando por arte e experiência do usuário até gameplay e planejamento, sempre certificando-se de que tudo seria entregue no prazo.’

A jornada de Geralt de Rivia foi uma novidade para a carreira de Tomaszkiewicz e rendeu muitos aprendizados que, posteriormente, auxiliaram na produção de Cyberpunk 2077. ‘The Witcher 3 foi o nosso primeiro game de mundo aberto e tivemos a ambição de fazer algo que muitos estúdios não tentaram antes: combinar narrativas complexas e profundas com um mundo aberto. Era um caminho arriscado e com obstáculos, mas aprendemos muito ao longo do processo’, explicou. Essa também foi a primeira vez que Tomaszkiewicz estava gerenciando uma equipe, papel que ele repete em Cyberpunk 2077. ‘Estou feliz por ter a oportunidade de contar uma história nova, com um tema diferente. Não me entenda mal, eu amo Geralt e a ambientação de The Witcher, mas depois de três games, fico feliz em trabalhar algo que não inclui espadas. Ah, espere, nós temos katanas em Cyberpunk…’

Como já vimos no gameplay exibido em 2018, a história de Cyberpunk 2077 poderá mudar de acordo com as escolhas dos jogadores. Essas decisões serão feitas tanto por meio de diálogos, quanto na maneira como você escolhe concluir uma missão. A equipe de Tomaszkiewicz é quem trabalha para manter tudo isso em ordem, de forma que as missões sejam coerentes com a história, mundo e gameplay do jogo. Ele explica que, na CD Projekt Red, o departamento de design de missões é especializado em criar o design das histórias dos games em um nível mais detalhado para, em seguida, implementá-lo no jogo.

Para isso, os desenvolvedores desse setor precisam manter comunicação frequente com roteiristas para projetar missões, artistas de ambientes para discutir locais dessas missões, artistas de personagens para a utilização de NPCs, com o departamento de áudio para selecionar a música certa para o momento certo e por aí vai. Como diretor de missões de Cyberpunk 2077, Tomaszkiewicz precisa avaliar e analisar o trabalho dos designers de missões, melhorar constantemente a comunicação com todos os outros departamentos, trabalhar com roteirista principal e muito mais.

‘É, em grande parte, uma posição de controle de qualidade, mas acredito que uma das responsabilidades mais interessantes é rever o jogo com frequência e garantir que as missões não entrem em conflito ou contradigam uma à outra em sua implementação’, Tomaszkiewicz explica. ‘Há muitas dependências entre missões em games como o nosso, especialmente em missões da história principal. Nos esforçamos muito para ter missões que se entrelaçam e se complementam de uma maneira orgânica.’ Já tivemos uma grande demonstração de todo esse processo em The Witcher 3: Wild Hunt, que levou a credibilidade do estúdio e fidelidade dos fãs às alturas. Não é atoa que as expectativas para Cyberpunk sejam tão grandes.

Quando perguntado à Tomaszkiewicz o que há de tão atraente em Cyberpunk 2077, ele citou a temática futurista do game e as possibilidades que o contexto oferece para um game como este. ‘É uma visão distópica do futuro, mas que nos dá a oportunidade de brincar com uma variedade de temas. Podemos tocar em assuntos sérios e mostrar um espelho distorcido dos nossos atuais problemas sociais. Por outro lado, você tem uma infinidade de estilos de arte – uma mistura de propagandas chamativas, comunidades coloridas, corpos estilosos, gangues insanas e por aí vai.’

O game é baseado em Cyberpunk 2020, RPG de mesa escrito por Mike Pondsmith e lançado em 1988. Assim como na obra original, os jogadores de Cyberpunk 2077 poderão escolher sua própria profissão. Por enquanto, as especializações detalhadas são os superhackers Netrunners, os engenheiros Techie e os mercenários Solo. Com isso, o game vai permitir que você jogue de formas diferentes com base no estilo escolhido. ‘Com Cyberpunk, queremos ir além da não-linearidade para as nossas missões. Está relacionado à jogabilidade e a maneira como você joga. Por isso, você poderá optar por agir com furtividade, usar dispositivos de hack ou simplesmente abrir o caminho. Há essas e outras maneiras de percorrer as missões para alcançar objetivos específicos.’

Ainda trabalhando ativamente no desenvolvimento de Cyberpunk 2077, que não possui uma data de lançamento definida, Tomaszkiewicz valoriza todas as experiências que teve até agora na carreira. ‘Quando eu estava no colégio, jamais teria acreditado que um dia teria a oportunidade de trabalhar desenvolvendo games, achei que era impossível. Estava praticamente perdido e não sabia o que fazer. Sei que pode soar um pouco clichê, mas sou muito grato a CD Projekt Red por essa oportunidade de mudança de vida e a todas as pessoas maravilhosas que conheci e aprendi ao longo do caminho. Se não fosse por eles, não estaria onde estou hoje.’

Foi comentado sobre as expectativas dos fãs com Tomaszkiewicz – o vídeo de 48 minutos de gameplay tem mais de 15 milhões de visualizações e 532 mil curtidas. A pressão da comunidade é algo habitual atualmente, já que o acesso à informação está mais fácil do que nunca. Para ele, ‘é ótimo saber que muitas pessoas estão esperando pelo nosso game e querem jogá-lo’. Mas, por outro lado, ‘isso também significa mais pressão sobre nós para ter sucesso e lançar o game, o que pode ser estressante às vezes. Sabemos que as expectativas são altas e não queremos decepcionar’.

Para os sedentos por novidades, Tomaszkiewicz deixa um recado: ‘Amamos nossa comunidade e sabemos que vocês estão ansiosos por novidades. Fique de olho, temos algumas coisas muito legais para mostrar neste ano.’

Cyberpunk 2077 será lançado não só para essa geração de consoles, como Playstation 4, Xbox One e PC, como é prometido para a próxima geração também.

Fiquem ligados no Vale para saber tudo sobre o próximo grande lançamento da CD Projekt Red!

Autor(a): Pedro Voltera
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