O ano era 2003. Neste ano que Beyond Good & Evil da Ubisoft foi lançado para PS2, Xbox e Nintendo GameCube, vários eventos notáveis da cultura pop estava acontecendo. Nos games, nós tínhamos sendo lançado Devil May Cry 2, Final Fantasy X-2, Pokémon Ruby/Sapphire, The Legend of Zelda: The Wind Waker e em 2002 a Rockstar tinha recém lançado GTA: Vice City. No cinema, tínhamos filmes sendo lançados e fazendo história pelos seus efeitos visuais e qualidade: O último filme das trilogias O Senhor dos Anéis e Matrix sendo lançados: O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei e The Matrix Revolutions. O Foo Fighters tinha lançado no ano anterior, o disco One by One emplacando o hit “Times like these”. A banda Oasis estava reunida e estava bombando de novo com seu sucesso “Stop crying your heart out”.
Nessa época não era comum ter internet. Só pessoas com bastante dinheiro tinham. A versão do passado da pessoa que está escrevendo esse artigo (vamos chamar de Pedrinho, com seus 10, 12 anos de idade) só tinha acesso à cultura pop através de locadoras e banca de jornal de uma cidade pequena. Em uma dessas revistas da época (se não me engano era a famosa revista Ultra Jovem), onde lá falava sobre filmes, séries, animes (quase toda capa da revista aliás era sobre Dragon Ball), vi a imagem de uma moça de batom verde que me chamou muito atenção, em um mundo diferente, cheio de alienígenas. Essa era a personagem Jade, de Beyond Good & Evil.
20 anos depois foi concebido o Beyond Good & Evil 20th Anniversary Edition
20 anos depois de seu lançamento. Na verdade 21 anos depois, pra ser mais exato, em 2024 a Ubisoft lança o 20th Anniversary Edition para Switch, PS4, PS5, Windows, Xbox One, Xbox Series X/S. Este é belo remake de uma linda obra que fez um bom barulho na época, mas que depois caiu no esquecimento da galera. E vou dizer para vocês: eu nunca tinha jogado essa delicinha, e quando o fiz recentemente pela, tentei me imaginar inserido em todo esse cenário de 2003, que citei anteriormente para vocês. A experiêcia foi uma delícia.
Aquela sensação de jogar na locadora PS2 veio de cara. Na época acho que eu tinha ou um Super Nintendo ou um PS1 e o PS2 era muito caro. Então por isso na época joguei vários jogos de PS2 na locadora. Aquela sensação de jogar em um mundo semi-aberto e Beyond apresentando uma estética de mundo que lembrava os do Nintendo 64 (Uma versão aprimorada de Zelda e Mário 64) foi muito nostálgico.
Beyond Good & Evil é um retrato carinhoso de sua época
No jogo estamos da pele da protagonista Jade (na época eram raras as obras que tínhamos uma protagonista feminina principal), uma repórter investigativa. E junto de seu amigo, que é um porco humanóide, o Pey’j, o carismático Double H, as aventuras se desenrolam e um mundo fictício e pacífico chamado Hillys e suas vidas viram de ponta cabeça quando uns parasitas alienígenas intitulados DomZ invadem seu planeta.
A gameplay com a Jade é fascinante porque explorando sua casa e consequentemente seu mundo, você pode fotografar diversas espécies de seres vivos para catalogar. O jogo traz essa abordagem da mídia e críticas à esta também, como o jeito que esta pode retratar de um jeito sensacionalista os fatos.
Os equipamentos presentes na obra como monitores de tubo, CDs trazem uma abordagem das tecnologias da época. E vendo hoje em dia tudo isso, soa nostálgico, reconfortante.
Falando sobre questões técnicas
Levando em conta a época em que foi lançado, os gráficos não eram (são) top mas eram e estão bem decentes. A gameplay é fluída, apenas o combate não é dos mais dinâmicos mas se encaixa bem no contexto apresentado. O mundo criado para o mundo do jogo é fascinante. Os personagens são interessantes, cada um tem suas motivações e tramas pessoais e o enredo do jogo é digno. O jogo falar o que você tem que fazer mas não dar tudo de mão beijada é muito bom. Hoje em dia temos exemplos disso com o Elden Ring, porém nos jogos mais antigos isso era muito mais comum.
Isso é reflexo das “políticas educacionais” da época também: Muitas coisas antes não vinham de mão beijada. O que se tornava um pouco mais difícil para as pessoas conseguirem algo porém isso fazia o indivíduo se desenvolver mais. Explorar o mundo de Beyond Good & Evil é fantástico, literalmente. Encontrar salas secretas, itens secretos no cenário é muio satisfatório.
Beyond Good & Evil envelheceu bem?
Certamente que Beyond Good & Evil envelheceu bem. Vale a pena dar uma chance à ela? Com certeza sim, mas tenha em mente que é um jogo retrato de sua época, com a estética de jogos que faziam bastante sucesso no passado, lá do começo dos anos 2000. Com suas limitações e belezas também. Dito isto, tendo isso na cabeça: só vai.
Trazendo uma reflexão pessoal agora: o mundo mudou tanto que às vezes acho que o passado não existiu. A tecnologia avançou de uma forma que vários costumes do passado foram praticamente engolidos, como ir na locadora alugar filmes e jogos, ou jogar lá mesmo. Jogar Beyond Good & Evil 20th Anniversary Edition emula para essa nova geração como era a sensação de jogar antigamente e captura demais a essência do começo do século.
Nota: 8,5/10
Beyond Good & Evil 2 será lançado quando?
Lá no finado evento E3, em 2017 para ser mais exato, tivemos a bomba do trailer de Beyond Good & Evil 2. Infelizmente de lá pra cá não tivemos mais nenhum anúncio oficial. Apenas alguns rumores fortes do jornalista Jason Schreier, da Bloomberg, que o jogo ainda está em desenvolvimento. Provavelmente o lançamento de Beyond Good & Evil 20th Anniversary Edition é um teste da Ubisoft para medir as expectativas da comunidade para uma sequência. Ficamos na torcida para que a continuação venha. Pelo Pedrinho do passo e pelo Pedro do futuro. Ubisoft, entregue isso para nós!
Falando em Ubisoft, queremos agradecer Ubisoft por ter enviado esse jogo para nós o jogarmos! Se o Pedro do presente pudesse voltar no tempo e falar para o Pedrinho do passado que isso iria acontecer, ele certamente estaria pulando de alegria (porque o Pedro do presente está assim internamente). Estar do lado de ler as notícias e agora do lado de fazer as notícias/análises é muito doido, incrivelmente doido e uma honra.
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