TheBoemio, do Team Fiu, foi o vencedor da última edição da Gwent Pro Cup, e logo após o feito, postou todo seu plano traçado que o auxiliou nesta conquista, mostrando que não basta só habilidade e sim preparação também. O plano o fez desembolsar nada mais nada menos que R$1500,00. E você, o que está esperando para se inscrever para a próxima GPC e concorrer a uma fatia do prêmio de R$3000,00 mensais (Ainda mais com estas dicas que verão a seguir)? Já viu a entrevista que o Vale fez com o Boemio antes da GPC 2017? Sem mais delongas, confiram as dicas que este gentilmente autorizou o Vale do Pontar a publicar! Chega de delongas, vejam:
“Erick Schwarz
Boa tarde todo mundo, pro pessoal que não me conhece eu jogo Gwent com o Nick de TheBoemio e ganhei o último torneio da pro cup cujo replay ainda pode ser assistido na Twitch da XLG. Resolvi fazer esse post para apresentar um pouco do plano que usei para jogar o torneio e mesmo perdendo ou ganhando terei o prazer de fazer mais reports como esses nas próximas pro cups.
A minha build de decks foi arriscada, porém acredito que tenha sido o mais perto de optimal que poderia alcançar naquele torneio específico. Ela consistia em 3 decks: o primeiro deles um Handbuffgaard – Um deck de emhyr totalmente focado em combo. Normalmente considero arriscado jogar com decks desse tipo em campeonatos, eles tem muitas fraquezas e matchs impossíveis. Jogando corretamente esse deck possuía boas chances (+-65%WR) contra henselt (sim o deck é bom contra henselt mesmo se o oponente usar scorch), contra brouver swarm e contra skelligers em geral, porém o calcanhar de aquiles do deck viria quando ele enfrentasse decks como alquimia ou scorchatell (-35%WR). Para jogar com esse deck durante a primeira parte da bracket tive de torcer para que nenhum jogador que eu enfrentasse usasse uma composição de decks que usasse ambas essas bad matches pois então o meu direito de Ban não me salvaria visto que só poderia tirar um desses decks do meu caminho. Pessoalmente acredito que a decisão de usar o Emhyr DEFINITIVAMENTE NÃO FOI SÓLIDA, foi uma decisão estranha porém que seguia meus princípios em torneios – Eu precisava arriscar pelo high roll e não me arrependo.
O segundo deck era um henselt, inclui nele dethmold no lugar de reforços para continuar seguindo os princípios do high roll de torneio. Sacrifiquei consistência no meu deck mas ganhei um trovão de alzur contra espadas longas, um clear sky contra clima e uma chuva que poderia ser usada para remover uma dádiva do campo do oponente. Também incluí muzzle no deck visto que já que deveria usar meu único ban para proteger o deck do Emhyr banindo alquimia ou scorchatell, esperava enfrentar MUITAS mirror matches com o henselt – Muzzle é especialmente forte nessa mirror pois pode negar as máquinas dos oponentes, fazer alvos para seu líder e principalmente roubar o ronvid adversário (o que traz chances tangíveis de vitória). Apesar de acreditar que a balista é melhor que a balista reforçada achei que seria mais apropriado levar a balista reforçada como segunda máquina (sendo aríete a primeira) pois ela jogaria melhor na mirror match e aumentaria minhas chances contra decks de consumir e espada longa – essa foi uma decisão que eu provavelmente nunca tomaria na ladder, mas em torneio parecia plausível.
Meu terceiro deck era um deck de veteranos. A combinação de golds de Vesemir (jogando mandrágora) + Coral tornava o deck a prova de sinergias visto que eu poderia deletar/enfraquecer espadas longas, nekkers, cavaleiros nilfgaardianos etc. Já a birna estava lá para punir todos os adversários que não tivessem formas de limpar climas, especialmente em mirror matches ou contra henselts sem dethmold, o clima que ela joga é destruidor em um round grande e pode ser a diferença em uma match perdida para uma vitória. A última gold era a triss (jogando clear sky ou reconassance) a escolhi pois esperava enfrentar climas em geral especialmente na match contra Dagon visto que para proteger o meu deck de emhyr eu teria de sempre banir alquimia ou scorchatell. Esse deck de veteranos era meu deck sólido. Ele estava lá para me dar chances contra decks estranhos, ele é especialmente forte contra consumir o que fez dele para mim uma escolha clara. NUNCA JOGUE COM ESSA LISTA NA LADDER, ela é horrível, não faz pontos o suficiente e perde vantagem de carta constantemente, na ladder considero ela tier 3 ou até pior que isso. Ela estava no torneio para uma função e apenas isso, pro resto ela é inútil.
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A decisão de ban foi clara. Eu baniria alquimia na maior parte do tempo, se o oponente no lugar de alquimia usasse eitné ou brouver com muitos scorchs e schirrus eu baniria scoiatel.
Se ele usasse ambos os decks eu perdia.
Sobre finais e semi finais: Contra o lampião eu cheguei à conclusão de ter boas chances de ganhar mas também de perder desde que ele jogasse corretamente e banisse corretamente (ele fez ambos). Deixei em anexo uma análise de cenário que fiz sobre nossas matchups dois dias antes de nos enfrentarmos, é um rascunho do paint, mas é bem didático.
Match 1: Veteranos contra Consumir – Dei a sorte de abrir o jogo com uma match boa. A maioria dos players tem a tendência de começar jogando com decks combo, pois se sentem inseguros com eles e tentam dar a eles uma vitória rápida. Lampião abriu com consume como imaginei que aconteceria e eu pude responder apropriadamente com veteranos. Minha mão era perfeita e a coinflip estava ao meu favor então não foi difícil ganhar. TheBoemio 1-0 Lampião. A partir desse ponto eu já fiquei tranquilo, pois ele ainda não tinha ganho com o consume e eu só precisava ganhar com o emhyr contra um de seus decks, o ponto é que mesmo que eu perdesse pro consume seria extremamente difícil para ele me vencer usando o henselt dele visto que nem ao menos usava scorch em sua lista, acredito que eu tinha vantagem grande nessa match e achei q garantiria a vitória sobre meu adversário dessa forma.
Match 2: Emhyr contra Consumir – Eu havia treinado essa match durante a semana com Vuncan e eu esperava perder o jogo. Emhyr não possui respostas para os nekkers e o comum é que o snowball do consume me destruísse independente da coinflip, uma das únicas formas de ganhar essa match é usando a runa para encontrar sweers na runa e caso eu não encontrasse reembaralharia a runa com assire para tentar de novo visto que vesemir puxava runa (a chance de cada acerto é em torno de 13% se não me engano). Dei sorte, ganhei encontrando sweers da primeira vez. Boemio 2-0 Lampião. Foi uma vitória horrível, não senti que foi justa e também não me trouxe nenhum prazer. Sempre fui contra essas formas de RNG no Gwent, mas infelizmente é assim que o jogo evoluiu. Não era para eu ter ganho essa partida (embora eu tivesse chances excelentes na terceira partida da BO3).
FINAIS CONTRA GWENTAR
Contra gwentar resolvi incluir um monstro. Logo postarei a chart de rascunho que fiz sobre as matchs (só preciso achar ela na bagunça que é meu discord). O dagon entrando na minha composição tornaria o jogo sólido, ele tinha uma boa match contra o alquimia e poderia ser ok contra henselt ou skellige – o scoia do gwentar era forte e muito chato contra toda minha comp e com 4 decks já havia se tornado difícil proteger o emhyr, eu estava exposto, o ban não mais me garantia vitória. Minhas chances eram ruins caso gwentar tivesse banido certo, mas ele fez um ban incorreto tirando meu emhyr e isso eu garanto que me deu a vitória. Joguei o torneio inteiro tentando proteger o Handbuffgaard que era o ponto fraco da minha composição e quando finalmente enfrento um oponente que possui a composição que poderia ganhar de mim ele cobriu minha fraqueza com seu ban. Vi bastante gente reclamando das minhas vitórias na coinflip e admito que realmente a coinflip passou bem longe do que seria justo nesse torneio, mas se o gwentar tivesse tido maior entendimento de macroplay eu teria chances reais e plausíveis de perder o primeiro lugar.
Match 1: Dagon contra Calveit – A match era boa para mim, dei sorte, não tinha certeza que gwentar abriria de calveit. Minha winrate nessa match é +60% na blue coin e +65% na red coin (que era o caso) então joguei o jogo seguro e sólido mesmo com uma mão inicial horrível. PS: EU NÃO GUARDO SPY PRO R3 E VOCÊS TAMBÉM NÃO DEVERIAM. Boemio 1-0 Gwentar.
Match 2: Veteranos contra Alquimia – Match equilibrada. Ganhei a coinflip e então o controle do jogo. O mais certo na minha experiência é o Gwentar abrir de dry pass e me entregar o round para contornar a coin, mas a minha experiência com alquimia é pequena, então posso estar errado e o Gwentar pode ter jogado certo, não tenho certeza. Já no meu lugar, caso tivesse perdido a coin teria dado dry pass com 100% de ctz. Gwentar também tentou dar uma mandioca no próprio carpeado para fazer ele ficar com 10 pontos, mas sério, QUEM DIABOS FAZ ISSO CONTRA UM DECK Q TEM CORAL? No fim vim com spy no r2 e ele não então a partida que era pra ser equilibrada acabou sendo fácil. Algumas pessoas criticaram o madroeme do gwentar no alquimista, mas esse pessoal ta errado, foi uma boa jogada inclusive uma das melhores que vi em todo o torneio. O mullingan dele no round 3 foi arriscado, mas era a chance de achar a assire. Por fim eu ganhei TheBoemio 2-0 Gwentar.
Match 3: Henselt vs Alquimia – Gwentar jogou essa match muito bem, fiz jogadas arriscadas e ele teve uma leitura boa principalmente no round 3. Mesmo com meu primeiro round forte ele conseguiu virar o jogo. Recomendo a todos que vejam esse jogo pois ele foi extremamente didático. Mandou bem henrique GG WP! TheBoemio 2-1 Gwentar
Match 4: Henselt vs Crach an Craite Veterans – Essa match pode ser difícil para mim dependendo da lista dele. Eu normalmente ganho o jogo se conseguir jogar dando deny nas freya. Mais uma vitória na coin me ajudou muito, era meu dia de sorte. Gostei do jeito que o gwentar jogou essa match, especialmente no r1. Ele errou feio no r3 e puxou os dun banner, e isso custou o jogo, mas ainda assim foi um jogo bem jogado. Provavelmente ele estava cansado assim como eu. Meu mullingan foi muito forte também e isso ajudou bastante. TheBoemio 3-1 Gwentar.
Conclusão: Bem, acho que macroplay, bons colegas de treino, entendimento de matchups e vitórias na coin são os segredos para ganhar torneios de médio porte.
Mesmo tendo ganho não me senti feliz com essa coin também, mas infelizmente já espero a solução pra esse problema tem muito tempo e com a retirada do carryover do jogo nas últimas atualizações a coin fica cada vez mais opressiva, do mesmo jeito que ganhei matchs por causa da coin eu poderia ter perdido. Enfim, isso é gwent people problems.
Vejo vocês na próxima procup e aquele famoso abraço pra todos.
#LongLiveTeamFIU “
E para finalizar, um abraço ao Team Fiu!
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