Criado por Mike Pondsmith da R. Talsorian Games em 1988, Cyberpunk mergulha os jogadores em um mundo de alta tecnologia e baixa vida, onde os jogadores assumem o papel de mercenários e hackers aprimorados ciberneticamente que podem interagir diretamente com redes de computadores.
“A maioria dos cyberpunk, incluindo o meu amado Blade Runner, é bastante deprimente, porque um dos elementos disso é que as pessoas envolvidas não são os heróis”, observa Pondsmith. “Cyberpunks não salvam o mundo; eles se salvam. Se salvar o mundo sair disso, é ótimo.” comenta Pondsmith.
O primeiro lançamento do Cyberpunk, em 1988, era chamado de Cyberpunk 2013. Uma segunda edição foi lançada dois anos depois, que atualizou as regras e renomeou o jogo para Cyberpunk 2020, seguindo a linha do tempo e a respectiva história do RPG de Cyberpunk. Três décadas depois, o título Cyberpunk 2020 continua sendo a iteração mais conhecida do Cyberpunk.
Após os meados dos anos 90, o ramo CyberGeneration, com tema de super-heróis, que começou como complemento para 2020 antes de ser lançado em um lançamento completo, o RPG foi atualizado novamente em 2005 com o Cyberpunk V3.0. Com isso, o cenário foi adiado para a década de 2030 e a curva tecnológica avançou, trazendo elementos do transhumanismo, como cyborgs de corpo inteiro: humanos com suas mentes transferidas para robôs.
Era imaginado que cyberpunk seria jaquetas iluminadas e carros voadores, mas o gênero meio que mudou e ficou nos anos 80.
Esta terceira edição mostrou-se controversa para muitos jogadores, pois o cenário se desviava de seu espírito cyberpunk para incluir elementos de ficção científica pós-cyberpunk, que alguns achavam que destoava muito.
“O que aprendi quando fizemos o infeliz Cyberpunk V3.0 é que toda a ideia do cyberpunk realmente envolve jaquetas iluminadas e carros voadores”, admite Pondsmith. “Pensei na época que o cyberpunk estava evoluindo, mas o gênero mudou . Quando você começa a se mover para os elementos que compõem o transumanismo, não há um período exato de tempo para isso, mas definitivamente não são os anos 80 e, portanto, o sentimento mudou definitivamente.”
Pode ser fácil descartar o gênero cyberpunk como ficção científica distópica, mas, embora compartilhe muitas semelhanças em termos de cenário, existem diferenças tonais distintas entre os dois. Embora ambos os gêneros apresentem governos e sociedades autoritárias oscilando no limite, o gênero cyberpunk é tipicamente mais ao nível das ruas e enfatiza fortemente o elemento tecnológico. O conto de William Gibson, Burning Chrome, publicado na coleção de mesmo nome, articulou o ethos do cyberpunk em seu ditado: “a rua encontra seus próprios usos para as coisas“.
Esse foco na tecnologia é refletido no RPG de mesa da Cyberpunk, com quantidades quase inesgotáveis de coisas cibernética, armas e dispositivos ofertados aos jogadores.
Em janeiro de 2013, a CD Projekt Red, desenvolvedor do The Witcher 3, revelou que estava trabalhando em um jogo de videogame baseado em Cyberpunk em conjunto com Pondsmith. O vídeo teaser do Cyberpunk 2077 que acompanha o anúncio não mostrou imagens de jogo, mas capturou a atmosfera e o espírito do cenário do RPG. Veja abaixo:
A CD Projekt Red revelou no palco na convenção da E3 que nada mais nada menos que Keanu Reeves interpretaria o icônico roqueiro Johnny Silverhand dentro do jogo. Reeves teria gostado tanto da experiência que pediu que seu tempo de tela fosse dobrado no jogo.
A versão completa do Cyberpunk Red deve ser lançada ainda este ano com o livro de regras básico. O atraso entre o Jumpstart Kit e a versão completa foi mais longo do que o esperado, devido em parte ao fato de a R. Talsorian Games estar esgotada criando o Jumpstart Kit, além de querer amarrar Cyberpunk Red o máximo possível com o Cyberpunk 2077.
“O atraso em fazer o jogo completo surgiu parcialmente porque o kit Jumpstart quase nos matou; foi uma loucura fazê-lo ”, diz Pondsmith. “Ainda mais importante, queríamos ter certeza de que as coisas em 2077 e as que desenvolvemos em Red se encaixavam, e havia coisas que ainda não haviam sido decididas em 2077.”
Como nas versões anteriores do Cyberpunk RPG, o Cyberpunk Red usa o sistema Interlock para resolver conflitos. Uma das principais mudanças no Cyberpunk Red em comparação com as edições anteriores é como os netrunners – os hackers que navegam no espaço cibernético do jogo – operam. Em vez de ser capaz de conectar-se à rede e ir a qualquer lugar, a localização de redes devido à rede ser severamente danificada durante a Quarta Guerra Corporativa significa que os criminosos agora devem estar fisicamente próximos do sistema com o qual desejam interagir.
O resultado disso é que agora os netrunners precisam fazer muito mais parte da equipe, em vez de se separarem de todos os outros enquanto exploram o mundo digital, um dos principais problemas das edições anteriores.
“Quando eu escrevi originalmente netrunning, estávamos tentando simular o vôo no ciberespaço, o que era predominante na maneira como eles faziam as coisas em Gibson”, diz Pondsmith. “O problema é que a maioria dos protagonistas estava fazendo alguma coisa e depois precisando esperar que o traidor fizesse alguma coisa. Nós deliberadamente tornamos a traição mais pessoal. ”
Devido ao potencial quase ilimitado do Cyberpunk, Pondsmith já está trabalhando em duas expansões para o Cyberpunk Red. Um deles já foi escrito e aguarda a arte, enquanto outro só começou a ser desenvolvido recentemente.
Quanto à possibilidade de explorar o mundo posterior do Cyberpunk 2077 no jogo de RPG de mesa, a resposta é sim. Levar Cyberpunk Red para a linha do tempo de 2077 já está nos estágios de planejamento, mas Pondsmith diz que será algo lançado mais adiante.
“Cedo ou tarde, teremos que cobrir algumas dessas coisas”, conclui. “Há muitas coisas incrivelmente legais que surgiram e que realmente precisam ser ditas. Elas precisam ser colocados lá fora, para as pessoas olharem e partirem, ‘eu não esperava por isso!’ ”
Cyberpunk 2077 chega em 17 de Setembro para PlayStation 4, Xbox One, PC, Google Stadia e Geforce Now.
Fonte: Dicebreaker
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