Sabia Que temos um grupo no Whatsapp, o ValeZap? Nele temos diversas conversas sobre a Cultura Pop etc e algumas delas podem até virar post, como é esse caso!
Abaixo estamos postando no site, devidamente autorizados, o texto de Elvis Trivelin, um querido membro do grupo que nos trouxe dados muito interessantes e belas reflexões, confira:
Boa Tarde, pessoal!
Hoje eu estava falando com um colega professor sobre The Witcher 4 e ele trouxe um ponto interessante nessa questão da protagonista Ciri que achei relevante trazer: a interação da protagonista com os NPCs de The Witcher 4 – para uma parcela relevante dos jogadores (homens)…
Em Março deste ano, a Forbes trouxe uma pesquisa com percentuais de jogadores e jogadoras de jogos eletrônicos (Forbes).
Ela diz que nos últimos anos, pelo menos no Brasil, esses percentuais estão praticamente alinhados com o censo demográfico: ou seja, um pouco mais de 50% de jogadoras e um pouco menos de 50% de jogadores. Essa pesquisa, porém, não diferencia categorias de jogos e plataformas, mas diz aquilo que já sabemos: em jogos, de uma forma geral, os mais populares são os mais acessíveis e, portanto, de smartphones com sistema operacional android. Também há uma estratificação por faixas etárias.
Em algumas pesquisas de artigos gringos, encontrei que 60% do público “gamer” nos EUA é de homens. Eu procurei rapidamente também sobre The Witcher, especificamente… se a CDPR tem seus números revelados publicamente… Não encontramos nada sintetizado.
O objetivo era saber até que ponto ela está considerando esse fator nas suas escolhas.
Por Cyberpunk 2077, sabe-se que, apesar de Panam ser romanceada em 68% das gameplays, a definição do “V” enquanto homem ou mulher não segue esse mesmo percentual e, assim, não permite concluir com exatidão os percentuais de jogadores e jogadoras.
O ponto desse colega é, basicamente: uma parte do público de jogadorEs se identifica exclusivamente com um protagonista masculino, mas a recíproca não acontece da mesma maneira: jogadorAs que rejeitam protagonistas masculinos – pois também haveríamos de considerar aquelas que sequer jogariam por tal motivo. Sabemos que as feiticeiras são inegavelmente um fator cativante do público feminino na lore de The Witcher. Ciri se insere dessa mesma maneira.
Se essa resistência que parte do público masculino tem (que, creio, não é o nosso caso), a escolha de UMA protagonista traria menos engajamento em relação à escolha de UM protagonista…
Isso pode fazer sentido SE você tiver em vista o Geralt mais, digamos “lascivo”, que não poucos jogadores buscam… reforçando o famoso dizer: “Jesus perdoa, mas Geraldo, não”.
Com isso considerado, uma play com Ciri seria significativamente diferente nesse aspecto e boa parte desses jogadores se sentiria deslocada, digamos assim, mas… não impediria de acontecer o que aconteceu com relação à Panam, em Cyberpunk: mesmo jogadores com uma “V” feminina optavam pelo romance com ela.
É sabido que Ciri teve uma relação (embora abusiva) com uma integrante dos Ratos, Mistle. Elas passaram um tempo juntas e os livros descrevem alguns momentos de interação entre elas. Todavia, Ciri estava em formação de personalidade e não se pode entender que essa seja sua personalidade em definitivo.
Finalizamos o papo sobre esse ponto lembrando séries em que o fator “romance” não tem tanta relevância, desde jogos com protagonistAs, como “Horizon Zero Down”, “Tomb Raider” e “The Last of Us 2”, mas também protagonistas masculinos, como “Red Dead Redemption 2”, “The Last of Us 1”, “GTAs”, entre tantos outros.
Isso parece uma demonstração de que, por mais que muitos jogadores busquem essa característica nos jogos (como GTA, mas também o próprio The Witcher – I, II e III), não se trata de um fator definidor da aprovação do jogo.
Eu também estou curioso para ver a repercussão desses assuntos nos próximos meses. Foi muito pertinente o lançamento desse trailer até mesmo para mensurar esse fenômeno.
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